segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A ameaça da canção de ninar ***

 
Por Betty Milan
Quem dorme aceita se retirar da realidade e ficar indefeso.
Essa retirada, sem a qual nós não vivemos, pode ser angustiante
 e deve ser facilitada.
Por isso, espera-se  de uma canção de ninar que seja apaziguadora.
 No entanto, ainda hoje,
No Brasil, ouve-se a canção aterradora com a qual fui criada.
Tive o desprazer de constatar isso ligando a Rede Globo 
e vendo um ator que cantava; enquanto segurava um bebê nos braços;
“Dorme, neném, que a Cuca vem pegar.
Papai foi pra roça, mamãe foi passear”.
O rosto do ator era bonito e  bebê, comovente- dois anjos.
Mas, sem ter consciência do que fazia, o ator ameaçava a criança.
Dizia-lhe que o pai e a mãe estavam ausentes, e, caso não dormisse, 
a Cuca a levaria.
Popularmente, a Cuca é uma velha feia parecida com um jacaré.

Segundo o Aurélio, um bicho-papão ou papa-gente.

E, de acordo com Monteiro Lobato, uma bruxa com unhas compridas 
como as de um gavião.

Como explicar a vigência de uma canção de ninar tão assustadora, se não pelo sadismo dos adultos em relação ás crianças? . Um sadismo cujas conseqüências podem ser nefastas.
A educação começa no berço, com as primeiras palavras, que tanto podem abrir quanto fechar os nossos caminhos. Isso significa que o educador—o pai, a mãe ou outra pessoa – precisa atentar para o que diz.
 Em vez de fazer menção á Cuca, porque  não escolher, por exemplo, 
uma canção de ninar como as dos Beatles, Good Night?

“ Hora de dizer boa-noite
Boa noite, durma bem.
O sol já apagou sua luz,
Boa noite durma bem”.

Uma canção que associa o sono à desaparição do sol, 
fazendo dele um fenômeno natural.
Ninguém é obrigado a procriar. 
A obrigação está fora de moda.
Mas quem tiver filho precisa se ocupar dele durante a infância 
com devoção e inteligência,
Contrariando os hábitos, se preciso for.
A vida não é fácil e, para evitar dificuldades futuras, 
a prevenção é sempre melhor do que o tratamento.
Nós só nos esquecemos disso porque não somos educados para ser felizes,
 e sim para repetir o que os outros fizeram sem questionar.

A psicanalista e escritora Betty Milan, 
assina a coluna Consultório Sentimental em Veja.com. 
Uma vez por mês ela publica em Veja 
um artigo especialmente escrito 
para a revista impressa.

Boa tarde, o texto de hoje, retirado da revista veja do domingo de ontem
dia 21.08.11 me chamou a atenção
e quis dividir com vocês, para as mães, tias, 
irmãs mais velhas,
professoras, avós.
Atentando, para a inocência dos nossos atos.
Alguém tinha se atinado do que diz o texto acima??
Pois eu não, tenho que ser muito sincera.
Nunca cantei estas canções tradicionais de ninar para o meu filho;
Sempre preferi cantarolar somente a melodia da canção,
ou cantar bem baixinho a música :
"Se essa rua fosse minha."
sempre achei mais a carinha do meu filho, tanto por ele ser carinhoso
quanto ao nome ser de anjo como na música.
Mas não estou impune a esta critica do texto;
por ser irmã mais velha cantei muito para o meu irmão caçula esta canção
sem nunca pensar no seu devido significado.
Pois é gente, nem sempre o que os pais e avós ensinam é o correto.
O importante é sempre evoluir e melhorar.

Nana Neném

Nana neném
que a cuca vem pegar
papai foi pra roça
mamãe foi trabalhar
Desce gatinho 
De cima do telhado 
Pra ver se a criança 
Dorme um sono sossegado


Boi da Cara Preta

Boi, boi, boi
boi da cara preta 
pega este menino
que tem medo de careta

** Abolindo de vez, as cantigas assustadoras de ninar .

***
Hoje com meu pequeno ainda em casa, 
doentinho e com uma leve febre.
Agora por culpa deste tempo seco da nossa cidade.
E eu babando e paparicando MUITO meu anjinho Gabriel.
^^

*
Que venha uma chuvinha para lavar a poeira da rua não é??
Uma semana linda para todos
Bjim ***

10 comentários:

  1. Oi Vanessa, esse texto é muito interessante, de fato, desde o berço fomos educados através do medo, mas acredito que a maioria das crianças nem se davam conta da letra da canção, eram embalados pela melodia mesmo.

    Beijos

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  2. Hehehee...
    E falar isso para uma pedagoga é querer levar bronca das feias, hihihihihih...
    Estudamos isso na facul e estou revendo na pós de Psicopedagogia. As consequências vão além do que podemos imaginar, Van!! É bem sério...
    Depois te mando uns textos sobre "hora do sono" para vc passar para sua irmã!!
    Gde beijo!!!

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  3. MUITO BOM O TEXTO
    REALMENTE NUNCA TINHA PENSADO NISSO
    BEIJO

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  4. Vanessa...
    Quando estava cursando a faculdade de Pedagogia... fizemos um trabalho de pesquisa que abordava esse tema e como bem disse... até que alguém nos conte... cantamos sem nem mesmo percebermos o que a letra da música fala...
    Muito bom o texo... e legal compartilhá-lo...
    Parabéns!!!
    Beijinhos no coração

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  5. Vanessa,
    Acredita que mesmo não sabendo disso quando minha filha nasceu eu pensava muito nas letras da canções que cantava para ela. Adorei.
    Um beijo
    Denise

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  6. Nunca li tanta tolice junta em um mesmo texto.

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  7. Se não gostou reclame com a autora Betty Milan,
    ninguém é obrigado a concordar com tudo.
    Dividi o texto pq achei interessante.
    Mas não é postando como anônimo (a) que se faz.
    rsrs.
    Mesmo assim, obrigada pela participação

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  8. Que lindinho, Vanessa!
    Adorei a postagem!

    Beijinhos...

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  9. Van, tem gente que não sabe contribuir com a gente e acaba falando besteiras, querendo destruir nossa auto-estima.

    Suas postagens são sempre ótimas e eu adoro vir aqui.

    Fica com Deus!

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  10. Obrigada linda, mas este tipo de coisa não me abala não ^^
    Obrigada por sempre visitar meu cantinho.
    Bjim ***

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"Existe gente que precisa
da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto.
Ele titubeia, tem dúvidas e medos,
mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama."
(Arnaldo Jabor)